“O trenzinho da produção - Gestão da Lean Construction”
- Como ensinar ao engenheiro, principalmente aquele ainda sem vivência na gestão de obras, a visualizar, planejar a execução das atividades dentro de uma sequência lógica de execução? Utilizando o uso do conceito da linha de balanço, para planejar, executar e controlar ou monitorar diariamente sem burocracia, verificando o cumprimento das metas diárias das tarefas 100% executadas ou não, fazendo os ajustes e correções, se for necessário e avaliando os indicadores de eficiência da obra.
- Explicar aos engenheiros, que fazer a gestão da obra, seria como imaginar que podemos, levantar, quantificar, validar, carregar, transportar, disponibilizar no tempo e no lugar certo, e finalmente transformar todos estes recursos (4Ms), adicionados em porções ou quantidades exatas dentro de caixas enumeradas e colocar dentro dos vagões do trem que fará hipoteticamente o transporte vertical na torre da obra a cada tempo takt.
Fig. 2 - Vagão V1 com os recursos dos 32 apartamentos
- Para que o trem e seus vagões possam se deslocar, cada vagão(4Ms), deve cumprir o seu tempo takt e assim permitir com que todos os vagões se movam em um mesmo dia para o pavimento superior e mantendo assim, o fluxo contínuo da produção.
- Simbolicamente, vamos imaginar que iremos construir um prédio com 25 andares e 4 apartamentos por pavimento, totalizando 100 unidades.
- Após o levantamento das atividades e do conteúdo de trabalho, iremos precisar de um trem de carga simbólico, com número de vagões a ser definido no balanceamento das atividades junto com a carga de trabalho, com objetivo simbólico de carregar, transportar todos os recursos (4Ms) necessários para execução dos pavimentos.
- Vamos considerar que ao balancear as atividades e carga de trabalho, chegou-se a necessidade de 26 vagões necessários para, simbolicamente transportar todos os recursos(4Ms) necessários na quantidade certa, no tempo certo e no lugar certo.
- Agora, o desafio da engenharia é trabalhar com um foco bastante criterioso no planejamento de médio prazo(PMp) de 60 dias, com incremento de novas atividades(PLp) a cada 30 dias e o monitoramento diário das providencias de cada responsável pelo recurso anotado na planilha de controle, para que tais recursos(4Ms) comecem a ser adicionados simbolicamente nos seus respectivos vagões, neste período de 30 a 60 dias de forma que, no momento que o vagão entrar no primeiro pavimento da torre, este vagão hipotético esteja com 100% dos recursos necessários(4Ms) e assim sucessivamente até o último andar da torre. A partir do momento que o vagão 1 entrar na torre, a gestão eficiente do PMp é fundamental para que o trem hipotético que transporta os recursos, possa subir na torre a cada tempo takt, gerando assim o fluxo continuo da produção.
- A gestão da produção no chão de fábrica, utilizando o quadro visual e seus vagões nos respectivo andares x tempo, é crucial para que o trem e seus vagões possa se mover de forma correta dentro da torre mantendo o ritmo definido no tempo takt.
- Se a obra tem o seu tempo takt de 6 dias, logo teremos simbolicamente 6 caixas dentro do vagão. Cada caixa terá as tarefas do dia a ser executadas 100%.
- Isto é verificado todo o dia, no final do dia, através de reunião de no máximo 30 minutos, com a equipe de responsáveis em pé e de frente para o Quadro Visual dos Vagões do trem – Andar x Prazo x Vagões, dirigida sob a responsabilidade do engenheiro.
Fig.3 - Reunião do acompanhamento das atividades do Tacto (Tempo Takt)
- Se a tarefa não foi concluída, rapidamente busca as causas e monta-se um plano de ações escrita em um flip chart, onde todos visualizam simultaneamente. É colocado a causa, ações, prazo e responsável para resolver o problema
Fig.4 - Plano de Ação de Ajuste e Acompanhamento
- E esta reunião seguirá diariamente, com objetivo de manter o trem e seus vagões a subir na torre a cada tempo takt, sem paradas que origina os desperdícios e a improdutividade.
- Atuando desta forma, os responsáveis pelas equipes, conseguirão medir os seus desempenhos e dos membros de suas equipes. Aqui entra o fator motivador de ver a sua produtividade sendo medida, eliminando os atrasos cumulativos, as interfaces entre atividades, que provoca desperdícios de tempo e recursos, minimiza os estoque exagerados como proteção da falta de ritmo, melhora a gestão dos materiais, pois as atividades fluem com maior normalidade, consegue uma qualidade melhor pois existe o acompanhamento diário, levantando-se os problemas para reunião no final do dia e tratando-os. E tudo isto gera um processo produtivo muito mais organizado e controlado.
- Com as reuniões diárias de alinhamento, gera as condições para que o responsável do processo anterior possa perceber que, ao fazer certo na primeira vez, dá condições do processo posterior a produzir sem retrabalhos, gerar maior qualidade e velocidade e ao meu ver, permitirá a nascer no grupo da obra, uma força interior muito forte onde todos sairão ganhando ao trabalhar de forma alinhada, em equipe ativa em seus compartilhamentos, no prazo, com qualidade e com ganhos financeiros significativos em decorrência da eficiência da gestão da obra.
- A partir do momento, que o processo do planejamento executivo e controle do tempo takt, somado aos conceitos da linha de balanço estiver rodando, com a participação e efetividade da engenharia e suas equipes responsáveis, a cada mês de trabalho, aumenta-se a eficiência com as melhorias de processos acontecendo. Podemos chamar também de PDCA (inglês) – Plan, Do, Control e Action ou Planejar, Fazer, Controlar e Agir.